sábado, maio 21, 2011

Curtas de BD (Autores portugueses - V) Paulo Monteiro









"Porque é este o meu ofício: contar histórias desenhadas entre cigarros...", uma autodefinidora frase extraída desta curta mas tocante história escrita e ilustrada por Paulo Monteiro.
Mais conhecido como eficiente e culto organizador - em todos os quadrantes, desde o mais ínfimo pormenor - do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja*, Paulo Monteiro acumula duas outras valências na BD: imaginativo argumentista e talentoso desenhador.

"Porque é Este o Meu Ofício" surge como título de uma das dez bandas desenhadas que compõem o livro "O Amor Infinito Que Te Tenho", onde ressalta a dupla capacidade de Paulo Monteiro, de argumentista e desenhador, na concretização, sincera, comovente e emocionada, de uma invulgar homenagem a seu pai, além de traçar com realismo e algum dramatismo o ciclo inexoravelmente finito da existência humana.
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PAULO MONTEIRO

Síntese biobibliográfica

Paulo Ricardo Ferreira Monteiro nasceu em Vila Nova de Gaia, a 8 de Novembro de 1967.

A sua actividade na banda desenhada teve início em 1984, com o fanzine Abelharuco, de que foi editautor, seguindo-se Eclipse (1985) e De Washington a Moscovo com partida em Nova Iorque (1986), em que manteve a dupla função de editor e autor das bandas desenhadas.

Em 1987 matriculou-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciaria em 1991 em História da Arte, disciplina em que obteria uma pós-graduação, em 1993, ano da sua ida para Beja, onde se fixaria.

Por essa época as suas actividades eram bastante diversificadas: escreveu para a rádio e para jornais - por exemplo, fez excelentes (na minha opinião) críticas sobre BD no Diário do Alentejo -, passou filmes de Buster Keaton e de Charlot num cinema ambulante, compôs canções, tocou guitarra em festas de beneficência, trabalhou nas vindimas, realizou ateliês de azulejaria, banda desenhada e ilustração, fez teatro de fantoches, participou em escavações arqueológicas, foi professor de Ciências da Natureza e Geografia.

Dedicou-se à Ilustração durante largos anos, tendo ilustrado mais de trinta livros de editoras diversas, para algumas das quais também foi autor de textos: Guessene, Uma Visita ao Convento, e Um dia Extraordinário na Vida de Manuel Mineiro, são títulos de livros escritos por ele.

Orienta, desde 1996, o Toupeira-Ateliê de Banda Desenhada, onde ele próprio ensina a fazer fanzines e dá cursos de BD, e é o responsável por Venham+5, uma publicação de qualidade que oscila entre a revista e o fanzine (em relação a este último, tem dele três características: título invulgar, colaborações benévolas, sem fins lucrativos), mas com a restrição de ter como editora a Câmara Municipal de Beja, não classificável como fã de BD.

O seu nome voltaria a aparecer num fanzine, o Tertúlia BDzine (nº 40 - Fev. 2001) com uma personagem a que chamou Capitão Portugal, secundada por outra chamada Capitão Fanzino (esta segunda com flagrantes parecenças caricaturais com o presente bloguista, assumido aficionado dos fanzines, como coleccionador e editor).

Em Dezembro de 2002 foi um dos autores a realizar bandas desenhadas em episódios autoconclusivo em duas tiras), com o título Busca, busca, para o fanálbum Novas Fitas de Juca & Zeca.

Ainda nos fanzines, participou num em formato A3, com o título Efeméride (nº1-Out. 2005), centrado no tema Sonhos de Nemo no Século XXI - homenagem paródica à obra-prima Little Nemo in Slumberland - com o episódio numa prancha única, a cores, Reflexo de Metal.

No mesmo Efeméride (nº2 - Fev. 2007), dedicado na totalidade à personagem Príncipe Valente, a sua colaboração intitulou-se O Último Dia do Sargento Valente, de novo em bd curta, autoconclusiva, com sentido dramático reforçado pelas tonalidades sombrias da colorização.

Tem colaborado com frequência num fanzine da Galiza, o Barsowia.

Para além das suas colaborações em fanzines, em Outubro de 2010 teve dez bandas desenhadas suas englobadas num livro com o título O Amor Infinito Que Te Tenho e Outras Histórias (edição de Rui Brito na chancela Polvo), onde consta a curta que preenche o presente "post".

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*A edição deste ano do Festival Internacional de BD de Beja inaugura-se no próximo dia 28 Maio. Dele falarei na próxima postagem, dia 26.
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Quem quiser ver as quatro postagens anteriores referentes a este tema poderá fazê-lo: bastar-lhe-á clicar no item Curtas de BD (Autores portugueses), visível no rodapé

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